A Frasqueira é maior do que o RN

Vou contar uma coisa pra vcs: como é bom reencontrar torcedores do ABC que moram longe de Natal.
E melhor ainda quando reencontramos natalenses, norte-riograndenses que saíram do estado há decadas. Uma partida do Mais Querido faz com que esse mesmo torcedor volte a viver momentos de glória dos jogos no Machadão ou mesmo no velho JL.
Longe de Natal, eu já acompanhei jogos do ABC na Paraíba, Pernambuco, Ceará e Goiás.
Mas é aqui, em Brasília, que esse sentimento de ter Natal mais próxima, acontece mais forte. Brasília foi fundada em 1960, portanto tem 48 anos. Cidade nova, criança ainda. Criou-se do zero, do nada, do barro vermelho. E do zero, vieram brasileiros de todos os cantos do nosso país. Do Rio Grande do Norte não podia ser diferente. Desde 1960 vem vindo torcedores do ABC pra cá. Moram em Brasília torcedores de 70 anos de idade, 60, 50, 40, 30, 20, crianças de 10 anos.
No jogo de 2 a 0 contra o Gama, no Mané Garrincha, e na injusta derrota de ontem no Serejão, os torcedores do ABC (além de 2 alencarinos e até alguns perdidos encarnados) radicados em Brasília se juntaram e mataram saudades. Eu encontrei ex-árbitros, trabalhadores privados, servidores públicos, estudantes, famílias inteiras vestindo o manto alvinegro. Bandeira do RN, quadros esculpidos com o escudo do ABC, misturavam-se com as muitas bandeiras do Mais Querido. Para a Boca do Jacaré vieram ABCdistas de ônibus, metrô, carro e taxi.
É uma festa esse reencontro. Realmente o Frasqueirão ficou mais perto na noite de ontem.