São fotos recentes, atuais, de hoje em dia.
Nelas, o foco da atenção é o transporte público, predominantemente o trem de superfície.
Em algumas cidades se mantem uma máquina/locomotiva antiga, nostálgica, turística, como é o caso de Lisboa. Os "bondes" ou veículos sobre trilhos tem uma frequência muito regular, transitando por todo o centro da cidade, e também levando os passageiros para estações de onde se pega um trem maior.
Pouco ou nada de ônibus!
Outras cidades utilizam o mesmo sistema férreo elétrico (eles são alimentados eletricamente por um sistema de fiação aéreo), mas os "veículos" são mais modernos.
É o caso dos trens de superfície na Alemanha, na Bélgica, na França, Itália.
Esses trens circulam nas mesmas ruas que os carros. Há uma organização.
O que isso tem a ver com Natal?
Em Natal isso existia. Existia e muito bem, nos mesmíssimos moldes das mais modernas cidades européias.
Não sou tão velho assim, mas lembro disso em Natal e em Fortaleza.
No Rio de Janeiro, no bairro de Santa Teresa, ainda existe esse sistema. Ainda são bondes por lá.
Vejam fotos de nossa belíssima cidade, na década de 40. Fotos de Hart Preston, para a revista Life.
O Grande Ponto. Cruzamento da João Pessoa com a Rio Branco
Avenida Duque de Caxias, na Ribeira
Carnaval da Ribeira. Avenida Tavares de Lira
Junqueira Aires, na Ribera/Cidade Alta
Avenida Rio Branco
A história do Bonde, em Natal durou cerca de 50 anos, terminando em 1956. Até esse tempo, se podia ver linhas de Bonde com direção ao bairro do Tirol, com ele voltando alí do Prédio do Aéro Clube e também se destinando ao monte de Petropolis, pois era um monte mesmo.
O Bonde chegava a Petropolis partindo do bairro da Cidade Alta, seguindo pela rua João Pessoa (nesse tempo o nome era outro), pegando a rua Deodoro (também tinha outro nome), chegava até a rua Trairy, seguindo até a Nilo Peçanha (o nome também era outro), subindo a ladeira do monte e chegando a av. Getúlio Vargas (não tinha nome, a rua). Dali, então, o Bonde seguia pela via até atingir um ponto já no cruzamento com a Praia de Areia Preta, onde perdurou por muito tempo. Depois disso, encurtaram os trilhos e o Bonde ficou com o seu ponto final próximo a rua Dionísio Filgueira (não tinha nome essa rua), no terminal e começo da chamada Balaustrada, uma via calçada com pedras de praia que descia para até a Praia do Meio. Esse foi o trajeto completo da malha de trilhos do Bonde em Natal.
Na Cidade Alta. ele fazia o trajeto circulando a Praça da Matriz, entrando pela Praça da Alegria e ficando onde tempos depois foi o Cine Nordeste, antes Escola de Comércio. Daquele ponto em diante, o transporte seguia para a Ribeira e, posteriormente, para o Alecrim. O Bonde que fazia o trajeto para a Lagoa Seca voltava mesmo do bairro do Alecrim. Com todo esse esquema, duas empresas exploraram esse meio de transporte de massa: a Sociedade Vale Miranda & Barros e, tempos depois a Empresa Força e Luz que chegou a importar os Bondes diretamente da França. O preço da passagem do Bonde, entre a Cidade Alta e a Ribeira, ou Petrópolis, Tirol, Alecrim e até mesmo Lagoa Seca eram de 300 réis, o equivale, hoje a 30 Centavos de Reais.
Uma quantia que, hoje, nem se teria troco.
Relação dos governadores que participaram da deteriorização dos bondes elétricos no RN até sua extinção em 1956:
Relação dos prefeitos de Natal que participaram da deteriorização dos bondes elétricos em Natal até sua extinção em 1956:
20 | Olavo João Galvão | 1951 | 1952 |
21 | Crezo Bezerra de Melo | 1952 | 1954 |
22 | Wilson de Oliveira Miranda | 1954 | 1956 |
23 | Djalma Maranhão | 1956 | 1959 |
Bela história mostrada pelo Blog. Em qualquer cidade média da europa os VLTs (veiculos leves sobre os trilhos) faz parte do cenário urbano. Em Natal eu duvido muito que os políticos venham implementar tal melhoria pois a maioria tem com rabo preso com os empresários daquilo q é chamado de transporte publico (ônibus).
ResponderExcluirBela reportagem, Alexandre.
ResponderExcluirSou um defensor ferrenho do transporte público e da queda das máscaras dos empresários que fazem o transporte público na nossa cidade que sobrevivem da inércia de quase 30 anos do mesmo sistema ineficaz e falido que existem em Natal.
Ainda sonho com um dia irmos ao trabalho - seja qual for a classe social - num transporte público eficiente e de qualidade. Ainda sonho.
Abraço,
Eduardo Jr