A presidenta Dilma voltou da reunião dos BRICS na Índia.
Os BRICS - como todos devem saber - é o acrônimo para
Brasil, Rússia, Índia e China. Ano passado a Africa do Sul (South Africa) foi
incorporada ao grupo.
Na reunião, um dos pontos discutidos (re-discutidos na
verdade) foi a criação de um Banco de Desenvolvimento, como contra-peso ao
Banco Mundial. Além do banco de desenvolvimento, o objetivo é aproximar as
Bolsas de Valores dos países dos BRICs, estimulando o comércio nas próprias
moedas (sem fazer conversões com Dólar ou Euro).
Como a Presidenta foi à Índia, o ódio por parte da elite
sulista se manifestou de várias formas.
Um editorial do Estadão chamou os BRICs de “comédia”*
A Folha neste domingo disse que os BRICs estão na infância,
não servem para muita coisa.*
Isso chama-se fracassomania: os colonizados continuariam
colonizados, e as elites sempre elites.
O "BRIC" foi a solução/criação engenhosa de Jim
O’Neill (escreveu The Growth Map – Economic Opportunity in the BRICs and
Beyond”, e é chairman do Goldman Sachs Asset Management), usada
para sintetizar o que está na cara de qualquer um: que o Brasil, Rússia, Índia
e China (a África do Sul não faz parte do time do O’Neill) serão, juntos, breve,
maiores que as economias do G7.
Eles (nós) são a expressão de uma nova ordem econômica
mundial, com o relativo enfraquecimento, primeiro, da União Soviética e,
depois, da União Européia e dos Estados Unidos.
Na verdade, logo antes da eleição de Lula em 2002, o
Goldman, em Wall Street, montou um "Trem Fantasma" com gritos
lancinantes e figuras amedrontadoras, para anunciar o fim do mundo, caso Lula
fosse eleito.
Dali do Goldman saíram as especulações mais sinistras contra
o Lula !
Havia projeções alucinadas da cotação Real com Lula.
O’Neill conta que não deu a menor bola para as cassandras
tupiniquins.
Quando voltou para casa, comprou alguns Reais.
Vendeu depois de três meses.
E foi um grave erro, ele diz.
"Porque nos últimos seis anos, o Real se tornou um
moeda espetacularmente", diz ele.
Na página 52 se seu livro, diz O’Neill:
"… in retrospecto, Lula se tornou o maior (“greatest”)
formulador de políticas do G20 da primeira década do Seculo XXI.".*
Quem ainda acha que Lula não fez nada na área econômica,
precisa saber que o Brasil é atualmente um país de classe média. Feito assim pelo ex-presidente.
E tem muito ainda a crescer.
Ao contrário de países da Europa e dos Estados Unidos.
Lula criou um modelo econômico desenvolvimentista, ou seja,
um modelo voltado para promover o desenvolvimento da economia real,
priorizando-se o atendimento das necessidades do povo.
O governo Lula deu ao salário mínimo um aumento real (acima
da inflação) de 74%. Porém, como o valor do salário mínimo no Brasil era muito
baixo, ainda está longe de se atingir o ideal.
Para o intelectual FHC não havia "alternativa para a
nossa política econômica", mas não é que o nosso “analfabeto” Lula rompeu
com o conformismo, encarou o desafio e criou o modelo econômico brasileiro? E,
o mais importante, um modelo econômico eficaz, apontado pelo próprio FMI como
um exemplo a ser seguido.
Os BRICS são grandes, importantes, inteligentes, e já dão
medo à EUA e Europa.
Vejam um comercial veiculado nos países do antigo mundo que
foi tirado dor ar, por talvez conter cunho xenofóbico:
O "medo" do primeiro mundo com relação aos BRICS é natural.
Medo que se mistura ao preconceito.
Como também, de forma análoga, é do sul/sudeste do Brasil com relação Nordeste.
Porque metem o pau na Copa do Mundo em Natal?
Será que os hospitais, transporte público, as escolas em São Paulo por exemplo são tão melhores que as de Natal? Lá eles merecem ter uma sub-sede de Copa em Natal ou Cuiabá não?
O preconceito dos Estados Unidos para com o Brasil é o mesmo do de São Paulo para com o Nordeste. Como também é do Natalense para com o sujeito do interior do estado.
Vai dizer que não existe? Sei...
Esse preconceito idiota é que faz com que o povo não enxergue que podemos melhorar, sempre.
Sem ter medo do vizinho rico.
Eu sei bem o que falo. Meu pai é eletrotécnico aposentado da Cosern. Minha mãe (im) professora do estado.
Consegui me formar na UFRN (com louvores) e fiz mestrado na USP, morando obviamente em SP. Iniciei um doutorado na UnB, em Brasília.
Esse caminho não foi fácil. Fui quebrando barreiras. Muitas de preconceito.
Mas estou vivo e bem de vida. Você tem que pensar assim. Seja você nordestino ou sulista, nortista ou do centro-oeste. Temos que crescer, sempre. Votar correto, escolher os melhores quadros, e não desistir nunca.
Vamos pra frente!
* postagem com alguns trechos retirados do portal do Paulo Henrique Amorim.
Perfeito, meu pensamento é bem semelhante ao seu.
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