quarta-feira, 14 de março de 2012
Copa do Mundo assusta o Natalense
A Copa do Mundo de Futebol é o maior evento esportivo do planeta. E será realizado no Brasil em 2014. Mas, como?, perguntaria um europeu. Num país que, apesar da estabilidade da moeda e crescimento da economia nas últimas duas décadas, sofre com a corrupção entranhada na política desde sempre e com a precariedade nos serviços públicos: saúde, educação, infraestrutura, segurança...? Exatamente! A Copa 2014 será no Brasil. E entre as 12 capitais brasileiras escolhidas para sediar os jogos do Mundial, Natal está entre elas.
Belezas naturais, posição geográfica privilegiada –local mais próximo da Europa– e, claro, lobby político foram fundamentais para alçar a capital potiguar, pelo menos até o fim da competição esportiva, à condição de metrópole nordestina, comparando-a a metrópoles já consagradas nos livros de geografia: Fortaleza, Recife e Salvador, as maiores cidades da região nordeste em espaço territorial, população, economia, política, futebol etc.
Mas, a escolha de Natal deixou atônito o natalense, que expressou sentimentos dos mais variados: medo, pelo tamanho do evento e da responsabilidade que caiu no colo de cada um; orgulho, afinal de contas receberemos uma Copa e Natal vai aparecer para os 207 países filiados à Fifa; insatisfação, por achar que a cidade precisa de melhorias nos serviços públicos e não de quatro jogos internacionais, como se fala por aí; revolta, mais pelo espírito provinciano do que qualquer outra coisa; e dúvida, por entender que o poder público é incompetente e que o avanço de “50 anos em 5” não passa de discurso politiqueiro.
Entretanto, o susto, talvez, seja o maior dos sentimentos visto na face na maioria dos cidadãos da terra de Poti. Nota-se, claramente, que o natalense ainda está assustado com a realização da Copa por estas bandas. É compreensível. Afinal, nunca tivemos evento tão importante na cidade. No máximo, um torneio mundial de basquete juvenil ou de ginástica; amistosos de seleções nacionais, talvez. O roteiro dos shows internacionais, por exemplo, não enxerga Natal no mapa. Recife é a cidade mais próxima e com estrutura para receber grandes eventos.
Tanto é assim que a menos de um ano e meio da Copa das Confederações, evento teste para o Mundial, tem muito natalense que não acredita na realização da competição na cidade, ou que as obras prometidas não sairão do papel. Nem a Arena das Dunas, que já está 22% concluída, segundo o governo do RN, escapa. Isso mesmo! Ainda tem gente que não acredita na conclusão desta obra, que enterrou para sempre o Machadão e o Machadinho.
E não há nada que possa acalmar o natalense, principalmente, os que vociferam contra a realização da Copa na cidade. Vide os boatos, as informações com ruídos e a série de matérias negativas e/ou mal produzidas com má intenção ou não. A falta de transparência na comunicação e nas ações, somado a incompetência histórica do poder público, contribui sobremaneira para supervalorizar as incertezas do cidadão. Confesso que, apesar de otimista natural, passei a andar com um “pé atrás”, em particular, com as obras de mobilidade urbana.
Espero, sinceramente, que este susto seja sucumbido pelo sentimento de alegria e satisfação. Que as obras possam, realmente, sair do papel e o mais importante: ficarem prontas antes da Copa, como prometido. Que os serviços públicos, como saúde, educação, segurança e saneamento básico possam melhorar em todos os aspectos. E que a cidade possa se transformar, realmente, num polo turístico com infraestrutura para receber o turista da melhor maneira possível. Que tenhamos um porto e um aeroporto adequado. Ou seja, tudo que a maioria desejou quando Natal foi escolhida sede da Copa, em maio de 2009.
Aos provincianos, que ainda contemplam Natal como há 40, 50 anos, um recado: é hora de acordar e parar de sonhar com saudosismo! A capital potiguar está muito perto de se transformar numa metrópole com "M" maiúsculo. Segundo os estudiosos, é a capital nordestina que mais cresceu nas últimas duas décadas. E com a construção do Aeroporto de São Gonçalo não tenho dúvida de que Natal, muito em breve, será um importante polo econômico internacional, assim como Parnamirim e a própria Natal foram importantes para os EUA na 2ª Guerra Mundial.
Fonte: http://www.portal2014.org.br/noticias/9347/COPA+DO+MUNDO+DE+FUTEBOL+ASSUSTA+O+NATALENSE.html
Foto: Alex Régis
Matéria da série: Se a imprensa sulista (eles nos chamam "do Norte") critica, e a imprensa natalense aceita, alguém tem que defender a nossa cidade
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