Vou falar de mais um tema polêmico. Não me escondo, falo mesmo e quem quiser pode comentar aqui contra ou a favor.
Alguém já viu um governador de estado (seja quem for, Alves, Maia, Rosado, não faz diferença) acordar de manhã e falar na frente do espelho: hoje eu vou fuder o Hospital Walfredo Gurgel, vou acabar com a saúde do meu estado.
Claro que ningúem viu e nem vai ver. Porque isso não existe, não acontece.
Alguém imagina que a atual governadora (de quem eu não compactuo politicamente), que está a 2 anos no poder, tenha causado o caos dentro do HWG, ou qualquer outro hospital do estado?
É óbvio que o salário do estado é baixo comparado ao que se paga na iniciativa privada.
É obvio que um funcionário público tem que brigar por um salário digno de botar não só alimento mas também dignidade dentro de sua casa.
E é sobre a casa, sobre sua residência que eu vou falar agora. Vamos fazer aqui uma analogia simples de se entender:
Você, como responsável pela sua casa, quer saber se seu filho ou filha está presente na escola, se falta se não falta, ou se sua esposa ou esposo tem ido todo dia ao trabalho, se está faltando (isso poderia causar no final do mês uma redução no orçamento familiar)? Claro que nós, responsáveis pelas finanças de nossa casa estamos preocupadíssimos com a presença ou ausência de filhos, e conjuges nas escolhas e repartições.
Você controla, você exige assiduidade por parte de seus entes.
E como está a presença dos médicos no HWG? Você sabe EXATAMENTE se eles vão, se estão lá ou se faltaram para ir pra sua clínica particular?
Isso é o mínimo que a direção ou o Setor de Pessoal do hospital tem que fazer.
Tem culpa o governante pela conivência de administradores do hospital por ajudar a burlar um simples PONTO DO TRABALHADOR?
E qual o grau de canalhice de um profissional de saúde que falta o serviço para o qual ele prestou concurso público? Eu e você pagamos o salário de um sujeito desse que insiste em faltar a escala que foi feita para ele fazer saber o que: trabalhar.
Por que o médico que reclama dos salários do serviço público e sabe que lá fora na inciativa privada paga-se muito, mas muuuuuuuito mais, não pede demissão pra outro que queira? Porque ele quer se segurar, meus caros, na aposentadoria, que é pública. Só isso. Ele só permanece lá pra aposentadoria.
Se o médico falta de propósito, se o setor de pessoal do HWG não cobra isso, onde estão os órgãos fiscalizadores para punir o funcionário faltoso? Onde está a área de pessoal do hospital, o ministério público, os procuradores do estado?
Voltando à nossa casa. Você, trabalhador, sabe quanto ganha, quanto recebe no final do mês e quanto pode comprar com aquilo. E também sabe quando que está acabando o arroz, o feijão de casa. Você, que não é formado nem em Economia muito menos em Contabilidade, sabe exatamente quando é preciso comprar mais arroz pra sua casa, não é? Claro que sabe.
Então o que você imagina que é o trabalho de um Setor de Compras do hospital, ou do setor de Almoxarifado? É não faltar medicamento! É saber o momento exato do estoque mínimo, de disparar uma nova compra, de se saber quais materiais e medicamentos a nova compra dispara quando o estoque chegar à quantidade X.
Você sabe quando tem que comprar o arroz e não é formado.
O profissional do HWG também sabe. E é formado.
Ele é ou não é conivente com o caos de falta de material?
O que acontece é que quando não se compra um material, um medicamento, e ele zera o estoque, vem a necessidade. Em seguida é feita uma compra emergencial, sem licitação, com escolha direta do fornecedor pra suprir de forma rápida o estoque.
Essa manobra é proposital ou não?
Você, meu caro, minha cara chefe de família, você sai de sua casa e diz: hoje eu vou comprar o produto mais caro que tem! ???? Ninguém faz isso. O hospital faz.
Uma coisa é um governador de estado ser culpado por não liberar verba pra o trabalho mensal do hospital. Mas isso não existe, esse dinheiro é sagrado, é certo mensalmente para o hospital.
Esse dinheiro é que é mal administrado, mal gerido, muitas vezes de forma proposital e trabiqueira, às minhas e suas custas.
A direção do hospital tem que brigar com a governadora por um valor maior mensal.
Mas a governadora tem que exigir uma gestão limpa, sem corrupção, sem falcatrua do hospital.
E isso eu não vejo. Vejo um hospital podre, hierarquicamente, com estrutura de milhares de funcionários, dezenas deles conviventes com essa merda toda.
Vejam bem, eu não estou aqui criticando o bom médico, o bom profissional, aquele que está lá todos os dias, fazendo seu dever para o qual ele prestou o concurso público. Não...
Longe de eu falar mal desse verdadeiro profissional. Esse sim nos enche de orgulho, e tiro o meu chapéu para qualquer pessoa que respeite o bem público e o ser humano.
A governadora e os ex-governadores tem culpa em manter um salário fraco, pobre, para o funcionário público.
E esse funcionário, o que falta ao seu serviço, o que compra produtos acima do preço e fora do prazo que tem que comprar, o que não fiscaliza e não pune essa corja, tem muito mais culpa ainda, por fazer um serviço podre, de porco, às custas da vida do cidadão.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
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