Classificado de forma dramática para o octogonal final da Série C, o Bahia tem a melhor campanha entre os oito times que lutarão por quatro vagas à Série B em 2008. Em 18 partidas, o time baiano somou 39 pontos, aproveitamento de 72%, e ilustra bem o bom desempenho dos times nordestinos nas três primeiras fases da competição.
A região classificou metade dos times que lutarão pelo acesso: Bahia, ABC, do Rio Grande do Norte, Barras, do Piauí, e Nacional, da Paraíba. O Centro-Oeste entra com três times, todos goianos: os tradicionais Vila Nova e Atlético e o ascendente Crac. O Sudeste tem apenas o Bragantino, dos 14 times da região que iniciaram a disputa, enquanto as regiões Sul e Norte ficaram sem representante na fase final.
Com o gol de Charles, aos 50 minutos do segundo tempo, o Bahia venceu o Fast por 1x0, conseguiu sua vaga e também superou o ABC como time de melhor campanha – os potiguares, que foram melhores na terceira fase, somam 38 pontos.
O melhor time da terceira etapa foi o Crac, que conquistou 14 dos 18 pontos possíveis e somou, ao todo, 34 pontos – atrás também do Barras, com 35. Em campo, o Bragantino é o pior dos oito finalistas: somou 29 pontos de 48 possíveis, 60% de aproveitamento. O Nacional tem 26 pontos, mas perdeu seis por uso de um jogador irregular, o zagueiro Wescley, na segunda fase. Assim como o Bahia, o time paulista também só se classificou na última rodada, com um empate sem gols diante do Crac, em Catalão.
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Destaque do Crac saiu do Conquista
Marcelo Sant’Ana
Primeiro adversário do Bahia no octogonal, o Crac-GO tem como destaque o atacante Danilo Santos, artilheiro do time na Série C com seis gols, ao lado de Tico Mineiro. Revelado pelo Vitória da Conquista, conquistou o título e a artilharia do Baiano da segunda divisão, ano passado.
Este ano, Danilo Santos teve rápida passagem pelo Juventus-SC. Não se firmou e voltou a Conquista. Como o alviverde não teria competição alguma no segundo semestre, foi emprestado para a disputa da Série C. Outro conhecido é o zagueiro Laerte, ex-Bahia.
A campanha do Crac registra 10 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Invicto na terceira fase, classificou-se com duas rodadas de antecedência. São 26 gols marcados e 14 sofridos. Segue invicto também como mandante: seis triunfos e dois empates. Na segunda fase, Nestor Simionato foi substituído pelo treinador Vladimir Araújo.
No final de setembro, a diretoria exigiu outra vistoria do Corpo de Bombeiros ao estádio Generviso da Fonseca. O motivo era a exigência no regulamento da Série C de estádios com capacidade mínima para 10 mil pessoas na fase final. O novo laudo, anexado a documento da Polícia Militar e encaminhado à Federação Goiana, aponta capacidade para 10.583 pessoas. Caso a CBF rejeite o laudo, o clube de Catalão, provavelmente, atuará na capital Goiânia, cidade a mais de 500km da sede administrativa.
Time-base: Dênis, Dedé, (Rodrigo) Renato, Laerte e Luiz Cláudio; Beto, Jackson, Marcinho Mossoró e Marcelinho; Tico Mineiro e Danilo Santos.
Treinador: Vladimir Araújo.
Mando de campo: Estádio Genervino da Fonseca, com capacidade para 10.583 pessoas.
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Bragantino tenta recuperar prestígio
O Bragantino-SP conquistou sua vaga ao octogonal da Série C, na última rodada, com um empate sem gols com o Crac-Go, fora de casa. Somou os mesmos sete pontos da Ulbra-RS, contudo, levou vantagem no saldo de gols (0 a -2). Seu rebaixamento à Série C aconteceu em 2002.
No campeonato, são nove vitórias, dois empates e sete derrotas, com 25 gols pró e 19 gols contra. A classificação na terceira fase esteve em risco até a última rodada, depois de três derrotas seguidas.
Em 2006, o clube perdeu a final da Copa FPF. Neste ano, surpreendeu como semifinalista do Paulista. Contudo, houve mudanças e os destaques na campanha estadual foram contratados pelo Corinthians: Felipe, ex-goleiro do Vitória, o zagueiro Zelão e o atacante Everton Santos.
O treinador Marcelo Veiga assinou com o América-RN, porém a pífia campanha na Série A facilitou o retorno a Bragança Paulista, saindo Roberval Davino. Como jogadores conhecidos, o goleiro Gléguer e Valdir Papel, ex-Vitória.
O alvinegro conquistou o título paulista de 1990, e, no ano seguinte, foi vice-campeão brasileiro. O time era treinado por Vanderlei Luxemburgo e tinha como destaque o volante Mauro Silva.
Time-base: Gléguer; Somália, Cris, Tiago Vieira, Wanderley e Paulinho; Mário, César Gaúcho e André Gaspar; Valdir Papel e Davi.
Treinador: Marcelo Veiga.
Mando de campo: Estádio Marcelo Stefani, com capacidade para 16 mil pessoas. (MS)
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Barras faz história no Piauí
Nunca um time do Piauí chegou tão longe na Série C do Campeonato Brasileiro. Méritos para o Barras, fundado há três anos e vice-campeão estadual em 2007, que pode fazer mais história caso conquiste o inédito acesso à Série B.
Problema será a transferência do mando de campo. Como o Estádio Juca Fortes tinha capacidade para apenas cinco mil pessoas, as partidas no octogonal vão acontecer em Teresina, na praça esportiva Alberto Silva, o Albertão, com capacidade para 60 mil pessoas.
A campanha do Barras tem entusiasmado tanto a população local que, ontem, foi aprovado voto de louvor, na Assembléia Legislativa, ao clube devido à excelente divulgação do nome do estado. São 10 triunfos, cinco empates e apenas três derrotas: 32 gols marcados e 19 sofridos.
O destaque do time é o atacante Pantico, que esteve no Vitória durante o Campeonato Baiano, contudo, acabou logo dispensado. O atual treinador é Flávio Araújo, vice-campeão cearense em 2007 com o Icasa. Ele substituiu Paulo Moroni, contratado pelo América-RN.
Time-base: Isaías; Niel, Laércio, Serginho e Pantera; Montanha, Luciano, Felipe e Antonio Carlos; Janiel e Pantico.
Treinador: Flávio Araújo.
Mando de campo: Estádio Amigão, capacidade para 60 mil pessoas. (MS)
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Túlio Maravilha comanda Vila Nova
Rebaixado à Série C no ano passado, o Vila Nova-GO é o adversário com maior número de conhecidos do futebol baiano. Vice-artilheiro da Série C com 13 gols, Túlio Maravilha chefia tropa que tem ainda: Possato, Juninho Cearense e Alex Oliveira, trio ex-Bahia; e Elvis, ex-Vitória.
Três vezes artilheiro do Campeonato Brasileiro – 1989 (11) pelo Goiás, 1994 (19) e 1995 (23), pelo Botafogo –, Túlio persegue o gol 800 na carreira. Nas suas contas, fez 798 gols.
A classificação do alvirubro ao octogonal veio com duas rodadas de antecedência, após empate por 2x2 no clássico goiano com o Atlético. Aliás, o treinador do Vila Nova, Artur Neto, comandou o Atlético nos últimos dois anos e conquistou este ano o título Goiano. Ele assumiu a equipe na segunda fase, após a demissão de Sérgio Cosme, e sustenta invencibilidade de sete jogos.
O Vila Nova-GO venceu 10 partidas, empatou quatro e perdeu igual número de vezes. São 32 gols marcados e 21 sofridos.
Time-base: Fabiano Oliveira; Michel, Henrique, Vitor e Xavier; Álisson, Heleno, Alexandre (Élvis) e Alex Oliveira; Juninho Cearense e Túlio Maravilha.
Treinador: Artur Neto.
Mando de campo: Estádio Serra Dourada, com capacidade para 54 mil pessoas. (MS)
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ABC busca acesso após seis anos
Rebaixado da Série B em 2001, o ABC confia no acesso. Maior campeão estadual do Brasil, manteve a base que conquistou seu 49º Campeonato Potiguar. Os pilares do renascimento do clube são o Estádio Frasqueirão, em Natal, inaugurado em 22 de janeiro de 2006, e o investimento nas categorias de base. O Centro de Formação inaugurado em junho tem dois campos, alojamento para atletas das categorias sub-15, sub-17 e sub-20, refeitório, sala de musculação e área de lazer.
Os destaques são o lateral-direito Nêgo, artilheiro do clube com oito gols, e o atacante Wallyson, que empurrou o Bahia para a beira da eliminação marcando duas vezes. Ele já foi negociado ao Atlético-PR por R$ 600 mil e deixa o ABC depois da Série C. A trajetória tem 12 vitórias, dois empates e quatro derrotas: 29 gols marcados e 18 sofridos.
Time-base: Ranieri; Alison, Bruno Lourenço e Bem-Hur; Nêgo, Adelmo, Jean, Juninho Petrolina e Rogerinho; Fábio Silva e Wallyson.
Treinador: Ferdinando Teixeira.
Mando de campo: Estádio Maria Lamas Farache (Frasqueirão), com capacidade para 18 mil pessoas. (MS)
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Nacional distante de Patos
O Nacional-PB vai mandar suas partidas na fase decisiva da Série C no Estádio Amigão, localizado em Campina Grande. O mando de campo natural, a praça esporiva José Cavalcanti, em Patos, abriga, no máximo, sete mil pessoas e o regulamento do campeonato, no Artigo 11, cobra capacidade mínima de 10 mil espectadores, além de vetar arquibancadas provisórias.
A medida entristeceu a população local, embora o treinador Maurício Simões, bicampeão paraibano com o Treze, em 2005/06, aposte no carisma com a torcida de Campina Grande para produzir um novo caldeirão. Simões assumiu o Nacional-PB na segunda fase, substituindo Luís Carlos Mendes.
Na segunda fase, quando integrava o grupo do Bahia, a equipe foi punida no STJD com a perda de seis pontos por escalar irregularmente o zagueiro Wescley. Mesmo assim, os resultados dentro de campo garantiram o segundo lugar no grupo, que tinha ainda Linhares-ES e Atlético-PB.
Time-base: Dida; Dinho, Nunes, Wescley e Mercinho; Raminho, Rogério Costa, Gil e Lamar; Paulinho Guerreiro e Buick. (MS)
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Atlético manteve base campeã
O Atlético-GO, líder de seus grupos nas duas primeiras fases, não teve facilidade para garantir sua vaga no octogonal. Na última rodada, empatou por 1x1, no Serra Dourada, com o Villa Nova-MG, em duelo direto pela vaga.
Após surpreender o Goiás e faturar o título estadual, perdeu o treinador Artur Neto para o Remo e o artilheiro Romualdo para o Ceará. Contudo, manteve outros destaques, por exemplo: Márcio, ex-goleiro do Bahia, o zagueiro Jairo e o volante Pituca, através de acordo com o Brasiliense, além do meia-atacante Anaílson, ex-São Caetano. Jair, ex-volante do Bahia, é reserva.
Na Série C, a campanha registra nove triunfos, seis empates e três derrotas. Marcou 26 gols e sofreu 14. Na terceira fase, apesar do sufoco, o time passou invicto, ganhando uma partida e empatando cinco.
Time-base: Márcio; Dida, Jairo, Rafael e Maicon; Rodrigo Silva, Robston, Claudinho Baiano e Anailson; Rivaldo e Marquinhos.
Treinador: Sérgio Alexandre.
Mando de campo: Estádio Serra Dourada, com capacidade para 54 mil pessoas. (MS)
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