domingo, 2 de março de 2008

O fim do futebol brasileiro

O fim do futebol brasileiro - espero que eu esteja certo - não está perto. Mas com a ajuda da CBF e de dirigentes como Ricardo Teixeira, isso pode mudar de rumo, e bem rápido.
Acabo de ler a entrevista de RT para o Correio Brasiliense. Ele fala, dentre outras coisas, sobre pq que a série C não vai ter mais ajuda, apoio financeiro, da CBF. "Nossa meta agora é que a Série C, com 64 clubes, tenha apenas 20 e seja autosuficiente". Bom, vejamos! Pelo que eu entendo, a CBF é uma entidade rica, comercial, que recebe belos patrocínios nacionais e internacionais. Onde está o o fomento ao futebol brasileiro, ao esporte enfim, que é um ente social do governo? A Série C é deficitária, segundo ele, mas a série C é uma entidade separada da CBF?
Sempre quis ser apolítico quando escrevo para esse blog, mas agora vou fazer comparações com o governo sim. A saúde ou a educação PÚBLICA geram lucro? O objetivo é rendimento? Claro que não. E o bolsa-família, qual o objetivo, se não é simplesmente FICAR NO VERMELHO. Claro que é. Isso é o SOCIAL de uma política governamental. O futebol é público, é social, e tem que ser da mesma forma. Se a série A, e talvez a B, são lucrativas, pq então não ajudar a C?
No meu entender tudo está errado, a lógica está completamente invertida.
Primeiro, não sabemos se temos um calendário próprio, ou baseado nos campeonatos europeus. Hj temos um misto, meio Europa/meio Brasil (Argentina e outros países por perto, tem torneios Apertura e Clausura, com temporadas semelhantes às européias), e nada de data bate com o que existe por fora do Brasil. É ruim para clubes e jogadores, que querem ir jogar no exterior, que acabam saindo no meio de um campeonato aqui, no Brasil.
Por outro lado, um país com dimensões continentais, se sujeita a ter campeonatos com números de clubes de países como Espanha, Itália e Portugal. 20 clubes fazem a série A de Espanha, Itália, Inglaterra, dentre outros. O Alemão tem 18 clubes, e o Português tem 16! Agora, qual o tamanho de Portugal? Não sei se chega a ser maior ou menor que Sergipe, ou Alagoas. Pois é, e o Brasil, com esse tamanhão todo, também tem 20 clubes na série A (20 na B e terá 20 na C). "Ah, Alexandre, vc quer 40 clubes na série A". Talvez! Mas 20+20+20, com certeza, não é a solução. Uma outra idéia seria copiar o modelo americano. Como todos sabemos, lá, tudo quanto é esporte dá certo, então pq não copiar o modelo da NBA ou NFL? Nos EUA, com tamanho continental semelhante ao Brasil, os campeonatos são divididos em conferências - Conferência do Norte, do Sul, do Leste e do Oeste. Os primeiros classificados em cada conferência se enfretam em o que eles chamam de play-offs, uma melhor de 5 partidas, e vai afunilando até se ter o campeão americano. É um formato onde muitos clubes participam. Na NBA são 30 clubes, 15 em cada conferência. Na NFL são 32 clubes, 16 em cada divisão e ainda há uma sub-separação em grupos. Lá, funciona, dá lucro, estádios estão cheios, e ainda há o All-Star Game no meio do campeonato para alegria de todos.
E aqui no Brasil? O que acontecerá com os clubes que nem conseguirem ficar entre os 20 da série C? Nos canais como ESPN e SporTV, cansamos de ver matérias onde pequenos clubes desaparecem, onde grandes clubes se deterioram. E as soluções que aparecem são aquelas onde a CBF não ajuda (melhor dizendo, piora), ou saem do nosso bolso, como a recém-criada Timemania. Enfim, para o nosso futebol temos planejamento ZERO, e Timemania para todos!

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