Como alguns já devem saber, eu sou formado em Ciências da Computação pela UFRN e fiz meu mestrado da USP, em Ciências da Computação e Matemática Computacional. Também iniciei um doutorado na UnB logo abortado por razões familiares.
Esse breve curriculum apresentado não é para me vangloriar de meus estudos, nem demonstrar soberba. Longe disse! Na verdade, os que merecem glórias são os meus pais, que incetivaram um garoto que não queria ficar em casa "de jeito maneira" e que só queria ficar na rua, brincando, chegando sujo, imundo, às 10 da noite.
Minha infância foi fantástica, como também devem ser sido as infâncias de qq adulto que está na faixa dos 40 anos hoje. Na minha época de colégio não existia computador, e o video-game estava engatinhando. Atari e Odissey eram caros e tínhamos que ir à casa de um colega com condições de possuí-lo.
Pois bem! Hoje é diferente. Computadores são adquiridos com menos de mil reais. Video-games então nem se fala. As crianças ficam vidradas em canais da Disney, Cartoon Network e só atendem aos pais quando se aperta o botão de desligar do aparelho, tal o hipinotismo gerado pela maquina.
Isso que escrevi existe na maioria das famílias brasileiras, e não importa a condição familiar de renda!
Eu penso diferente disso!
Mesmo sendo um profissional da área e, por isso mesmo, sabedor da importância do computador e assemelhados, meus filhos ainda não tem acesso à máquina mais importante do mundo!
O que? Seus filhos não tem computador? Não! Nem orkut, nem msn, muito menos passam horas em video-games e em televisão. Claro que não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que isso é 100%. Quando a professora pede um trabalho cuja pesquisa tem que ser feita na internet, faz-se. Quando se exige um trabalho em powerpoint, também se faz. Tudo nessa vida é flexível. Mas minha tônica é essa: meios eletrônicos só quando for necessário.
Mas Alexandre, até quando isso?
Bom, minha formação é em Computação, e um conhecimento maior de educação, psicologia e antropologia é necessário para uma discussão mais profunda nisso.
Por isso eu lhes apresento Valdemar Setzer!
Quem é Setzer? Fácil, basta colocar no google. Mas vou resumir aqui.
Setzer foi um dos pioneiros no ensino e pesquisa em Ciência da Computação no Brasil. Formou-se em Engenharia Eletrônica no ITA e doutorou-se na USP, onde aposentou-se no cargo de Prof. Titular do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME). Foi professor nas Universidades do Texas em Austin, USA, e de Stuttgart na Alemanha. Foi fundador e Diretor do Centro de Computação Eletrônica da USP (esse nome deve-se a ele), fundador e Diretor do Centro de Ensino de Computação do IME, chefe dos departamentos de Matemática Aplicada e de Ciência da Computação do IME (total de 7 anos), foi Presidente da Comissão de Graduação do IME (4 anos), membro do Conselho de Graduação (4 anos) e do Conselho Universitário da USP (6 anos), bem como consultor de várias empresas como a Intertec (Themag), Elebra Eletrônica, PCA Engenharia de Software, PROMON, PRODESP, SERPRO, etc. Ou seja, é um dos "fodões" da computação no Brasil. Eu tive o prazer de assistir aulas do professor Setzer, aulas, palestras, simpósios.
De pouco mais de uma década pra cá, Valdermar Setzer tem se dedicado ao estudo dos meios eletrônicos na educação. Livros e grandes estudos foram publicados. Um belo estudo pode ser lido em Os Meios Eletrônicos e a Educação. Recomendo entusiasticamente a todos lerem, principamente os que tem filhos em idade escolar ou terá.
Resumindo esse artigo, Setzer prova por A + B que o adolescente só deverá usar o computador com 17 anos de idade. Impressionante? Não vou explicar aqui, pois o artigo já o faz muito bem.
Ah, Setzer implementou esse meio de vida com seu filho e isso não foi impecilho para ele ser um dos diretores da Oracle mundial, a maior empresa de banco de dados do mundo.
A questão básica é o que eu me referi no início desse post.
O que vc acha melhor pro seu filho: ele ficar pendurado na internet ou ele ficar pendurado em cima de uma árvore, brincando de esconde-esconde com os colegas?
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
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