sexta-feira, 12 de março de 2010

Homenagem: a volta ao passado


Conforme o blog anunciou semana passada, Musicadogol e BlogARCosta patrocinaram um remomento marcante no futebol do Mais Querido: famílias de dois dos jogadores que participaram do decacampeonato do ABC se encontraram no Frasqueirão.
Edgar, goleiro, e Gageiro, zagueiro, entendiam-se muito. Tanto que o ABC chegou a 10 campeonatos estaduais seguidos, recorde nacional.
O momento do reencontro também teve a participação da ERK. Eduardo da Eureka confeccionou uma camisa comemorativa ao momento, sendo entregue às famílias.
Seguem algumas das fotos:


Um pouco mais do decacampeonato
Apenas dois clubes brasileiros ostentam o título invejável de decacammpeão de futebol estadual: o ABC F.C. no Rio Grande do Norte, de 1932 a 41, e o América Mineiro, de 1916 a 25. O Alvinegro potiguar chegou a essa façanha numa época em que imperava o puro e romântico amadorismo, acumulando 10 campeonatos seguidos lançando mão de apenas 50 jogadores, todos eles amadores, até porque o profissionalismo somente chegou ao RN no começo dos anos 50. A maioria dos jogadores era constituída de rapazes pobres, que, talvez, recebessem alguma ajuda material de diretores e às vezes até de colegas do próprio elenco. É sabido que, nos primórdios do futebol nesta capita,l muitos jogadores do ABC, Santa Cruz (já extinto) e américa eram de famílias abastadas.
No decampeonato do Alvinegro há detalhes que seriam praticamente impossíveis hoje, salvo um ou outro caso de excepcionalidade, como ocorre com o goleiro Rogério Ceni, atuando no São Paulo desde 1991. Nos 10 anos do ABC os maiores exemplos de amor ao clube foram dados pelo goleador Xixico e o volante Simão (únicos realmente decacampeões, de 32 a 41), Nezinho e Dorcelino, com nove anos dos 10 campeonatos, Hermes (de 35 a 1940), Mário Crise (de 32 a 39), e ainda outros campeões que variaram suas participações com menos tempo de clube. São os casos de Mário Mota (38 a 41), Adalberto ( 32 a 36), o goleiro Edgar em temporadas alternadas de 35, 36, 40 e 41, provavelmente por estar fora de Natal. Como curiosidade registrar que nos 10 títulos consecutivos o ABC contou com 7 goleiros entre reservas e titulares, revezando-se nas 10 temporadas.
Outro fenômeno no decacampeonato abecedista foi a presença única do treinador Vicente Farache, um misto de diretor de futebol (na época tratado como diretor técnico) e treinador durante os 10 anos. Farache tinha sido apenas um esforçado ponta direita, um jovem advogado formado no Rio de Janeiro, com apenas 27 anos quando chegou para o clube. Logo cedo pendurou as chuteiras e passou a dedicar sua vida ao clube do seu coração. Quando casou com Maria Lamas Farache, os dois participavam da faxina diária dentro do clube. A loja de calçados de Farache, na Rua Doutor Barata, Ribeira, era uma espécie de quartel general do clube. Dois balconistas da loja eram jogadores ABC. Farache continuou treinando o ABC, somente parando quando notou que a idade já não permitia “se entregar” ao clube como fazia quando era mais jovem.

Todos que ganharam o deca
Os 50 decampeões pelo ABC FC, de 1932 a 41 são estes: goleiros, Tarzã, Diógenes, Edgar, Nené, Daniel, Nunes e Jônatas, e demais posições os titulares e suplentes Bicudo, Zé Maria, Pedrinho, Albano, Mário Mota, Pageú, Vilarim, Nezinho 1o., Nezinho 2o. , Netinho, Cesário, Neguinho, Nenéo, Gageiro, Joãozinho, Zé Lins, Tico, Saravotti, Enéas, Barbalho, Paulino, Elias, Xixico, Dorcelino, Adalberto, Pereirão, Augusto Lourival, Mário Crise, Soldado, Romano, Arlindo, Zeca, Hermes, Acácio, Valter, Teixeira, Osvaldo, Edvard, Nepó e Novinho. Técnico, Vicente Farache nos 10 títulos.

Nota desagradável
Claro que nem tudo são estrelas. Nessa mesma tarde no Frasqueirão o técnico Leandro Campos estava chegando ao ABC. A imprensa local estava toda presente. Todos receberam um breefing da homenagem que estava pra ocorrer. Algum órgão do jornalismo potiguar foi ao encontro das famílias? Não. Algum reporter veio perguntar pelo menos o que estava acontecendo? Não.
O BlogARCosta já vem criticando a imprensa local há algum tempo.
Esse foi mais um exemplo de quão desqualificado está o quadro jornalístico do estado.
Francamente, só tenho a lamentar. Lamentar a ausência da mesma imprensa que cobriu TODO o decacampeonato do Mais Querido.
Presente à época. Ausente hoje.
Mas nada que diminua o reencontro que ocorreu. Os blogs Musicadogol e BlogARCosta agradecem aos jogadores e às famílias de todos que fizeram o ABC decacampeão estadual.

4 comentários:

Anônimo disse...

Alexandre,

Rolou alguma "proposta" para os pseudos jornalistas??

Cara, você é muito ingênuo. não sabe que tem que "agradar" esses ""amigos"" da imprensa local para poder ter vez na mídia?

São cartas marcadas. só falam o que os convém.

ABC SEMPRE!!!

Anônimo disse...

Já desconfiava mais agora tenho certeza. esse Marcos Lopes come bola pra falar bem de determinado jogador. a bola da vez é o jogador VAGUINHO das pakitas. prestem bem atenção.

Juca

José Alex Medeiros disse...

Belo post. Parabéns

Anônimo disse...

Porra Alexandre, tem que dar jabá. Não foi dado jabá e assim a imprensa daqui não se interessou.

Jabá

Jabá

Jabá

Jabá

Jabá